Estudantes da UFPR referendam em assembleia a continuação da Ocupação da Reitoria

Na quinta-feira, dia 12 de julho, aconteceu no Restaurante Universitário Central a 7ª Assembleia Geral dos Estudantes da UFPR que contou com 520 estudantes votantes, entre outras pessoas que acompanharam a assembleia. Foram discutidas as negociações (proposta da reitoria e contraproposta dos estudantes), como também o caráter e a legitimidade da ocupação. A assembleia contou com a participação de quase todos os campi da universidade: vieram dois micro-ônibus do Litoral, um ônibus de Palotina, além de estudantes do Politécnico, Botânico, Agrárias, Reitoria, Santos Andrade e Juvevê.

No primeiro momento houve informes das outras duas categorias em greve na UFPR (os técnico-administrativos e os professores), ambos reiteraram a solidariedade aos estudantes que ocuparam a reitoria. Em seguida, foram dados os informes das comissões responsáveis pelas diversas atividades dos grevistas: comunicação, finanças, eventos, limpeza, estrutura (compra de alimentos, produtos de limpeza e gestão da ocupação), ética e segurança.

Deu-se início aos informes da comissão de negociação sobre o andamento do diálogo com a reitoria, foi repassado o histórico da negociação, como ela caminhava (a passos lentos) e o motivo que levou os estudantes a ocupação. Neste momento, foi apresentado a proposta dos Estudantes à Reitoria, foi ressaltado que a Reitoria negou a proposta dos estudantes e manteve a proposta anterior. Foi neste cenário que os estudantes decidiram, em assembleia, ocupar a reitoria. Cabe lembrar que “numa das reuniões de negociação do Comando de Greve dos Estudantes, a Reitoria deixou escapar que a ANDIFES (Associação nacional de Dirigentes de Instituições Federais do Ensino Superior) recebeu uma orientação do MEC (Ministério da Educação) para que as negociações não avançassem” (Resposta do Comando de Greve dos Estudantes à nota expedida pela gestão do DCE-UFPR).

Logo após, iniciou-se o ponto de pauta negociação local, com abertura de 10 falas para debater e avaliar as negociações com a reitoria. Foi exposto por um estudante de Palotina que o Comando de Greve não o representava, ele afirmou ter tentado “inserir” as pautas de seu campus mas estas “não foram ouvidas”. Precisamos esclarecer que foi tirado no Comando de Greve (em maio) que haveria um representante de Palotina na comissão de negociação, ficou à cargo do DCE a avisar os alunos do campus para que fosse escolhido um nome em assembleia para ser o representante do campus. No entanto, esta pessoa nunca foi apareceu, por conseguinte, nunca ninguém apareceu nas reuniões da comissão de negociação. Problema semelhante aconteceu com o setor Litoral, que enviou suas pautas para representantes do DCE, pautas estas que nunca foram repassadas à comissão de negociação. O “representante” de Palotina também criticou a impossibilidade de incluir suas pautas ao longo do processo, mais uma vez, é preciso esclarecer que a reitoria negou a inclusão de novas pautas, ainda assim, o comando de greve responsável por negociar as pautas junto à reitoria compromete-se em pedir novamente a inclusão das pautas destes setores da universidade.

Após um intenso debate sobre a realização da ocupação da reitoria, foi iniciada a votação que decidiria sobre a permanência (ou não) da ocupação. Por ampla maioria foi decido pela manutenção da ocupação, como também foi reiterado os critérios para a entrada na ocupação (estar favorável à ocupação da reitoria e reconhecer o Comando de Greve Nacional dos Estudantes como autêntico representante dos estudantes em greve frente ao governo federal). Se faz necessário ressaltar que a ocupação está ABERTA para todos os estudantes (e pessoas) que se enquadram nos critérios deliberados pela assembleia (instância máxima de deliberação dos estudantes da UFPR). Esta medida foi deliberada visando a segurança dos ocupantes e do próprio espaço físico.

Houve um fato curioso na votação da permanência (ou não) da ocupação da reitoria, as pessoas ligadas à atual gestão do DCE-UFPR (“Nós vamos invadir sua praia”) se absteveram da votação. Sendo que eles tentaram deslegitimar e denegrir, através dos Meios de Comunicação, os estudantes que ocuparam a reitoria. A abstenção retrata a dupla posição que essas pessoas tem tido desde o início do processo de greve, frente aos meios de comunicação (e a reitoria) a atual gestão “criminalizou” o movimento; já nas Assembleias, os participantes desta entidade não atuaram do mesmo modo, cabe perguntar o porque isso aconteceu? Se a ocupação não é legítima, como afirmou o DCE-UFPR nos veículos de comunicação, então porque não se posicionou pela saída dos estudantes da Ocupação? O que está por trás do duplo jogo que o DCE-UFPR está fazendo neste processo?

Além disso, na tarde de quinta-feira, também foi realizado um pequeno ato que contou com a participação de cerca de 70 pessoas, a fim de pressionar a Pró-reitoria de Assistência Estudantil(PRAE) que se colocou numa posição intransigente ao não liberar ônibus para os diversos encontros estudantis, como também não está liberando as bolsas monitoria, o pagamento de auxílios aos intercambistas que precisam voltar para casa, entre outros pontos. Acreditamos que a Reitoria está querendo jogar os estudantes atingidos por essas medidas contra o movimento grevista, ressaltamos que estamos abertos ao diálogo, que esta é uma posição perversa, uma vez que utiliza a reitoria usa da “barganha” (troca mesquinha) para obrigar a desocupação do prédio da Reitoria. Rechaçamos qualquer atitude política que “jogue” com as necessidades dos estudantes, este fato revela o descaso da Reitoria frente às nossas demandas.

Portanto, é por essas e outras atitudes que decidimos em assembleia realizar a ocupação, já basta de ser tratado como “moeda de troca” para a concretização dos interesses da Reitoria (e do Governo Federal). Também ressaltamos que estamos abertos para o diálogo e que existe uma comissão de ética responsável por analisar os diversos pedidos que envolvem à entrada de funcionários no prédio, para a retira de documentos (como liberamos ao HC) e de Becas (como aconteceu com os formandos da Medicina).

Veja a seguir o vídeo da votação que decidiu sobre a permanência da ocupação da reitoria.

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Comando de Pós-Greve dos Estudantes da UFPR! Vamos continuar mobilizados e garantir as pautas conquistadas!

Posted on Julho 14, 2012, in Uncategorized. Bookmark the permalink. 1 Comentário.

  1. O Centro Acadêmico de Serviço Social vem por meio desta nota, mostrar solidariedade à ocupação da reitoria pelos estudantes da UFPR.
    Entendemos que a ação protagonizada pelos estudantes, a de ocupar a reitoria, é legítima e coletiva, pois foi deliberada em assembléia geral, portanto democrática. A “radicalização” se faz necessária diante da intransigência de negociação por parte da administração da Universidade. Devemos tomar como exemplo as lutas importantes que aconteceram na USP, UNIFESP e tantas outras universidades pelo país, que igualmente se utilizavam da ação direta como método de luta legitima e mobilizadora.

    Apoiamos os estudantes lutadores que se colocam pelo caminho na luta direta pela defesa da Universidade Pública e gratuita. Não podemos mais aceitar taxas dentro de uma instituição pública. Não podemos mais entender a educação como um meio de gerar lucros e servir grandes empresários. Educação não pode ser mercadoria. Abaixo os parasitas da educação e seus lacaios
    VIVA A OCUPAÇÃO DA UFPR!
    VIVA A GREVE NACIONAL!

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